Erisipelas

10/04/2012 22:03

 

Trata-se de infecção da rede linfática por um agente bacteriano específico (Streptococcus beta-hemolítico do grupo A). Apesar de ser o agente mais comum, outras bactérias, fungos e parasitas podem causar inflamação da rede linfática. Agentes físicos como traumatismos, queimaduras e químicos como quimioterápicos, imunossupressores, drogas ilícitas também podem causar um processo inflamatório linfático. Portanto, o termo mais abrangente para descrever a inflamação linfática é linfangite.

A erisipela pode acometer qualquer parte do corpo, porém os membros inferiores são os mais frequentemente acometidos seguidos pelos membros superiores e face. A principal porta de entrada dos agentes causadores da erisipela é a micose interdigital (frieira). As pacientes submetidas à mastectomia (cirurgia de retirada da mama) com retirada da cadeia linfonodal axilar (linfadenectomia) ou que sofreram radioterapia na região axilar apresentam risco maior de linfangites nos membros superiores.

 

As manifestações clínicas da erisipela pode se iniciar de forma bastante inespecífica e branda com mal estar, fraqueza e dor de cabeça podendo evoluir com febre, calafrios e vômitos. No membro acometido podem ocorrer avermelhamento da pele, enduramento da pele e gordura subcutânea, aumento da temperatura local; a pele pode assumir um aspecto liso e brilhante ou ficar com aspecto de casca de laranja. Pode haver aumento dos linfonodos (gânglios linfáticos) regionais (principalmente na região da virilha – no caso do membro inferior) que podem se tornar bastante dolorosos. Em alguns casos pode haver formação de bolhas ou de necrose de pele.

 

O tratamento é feito com administração de antibióticos, analgésicos, anti-inflamatórios, corticóide tópico em caso de prurido intenso e, em casos selcionados, doses baixas de anticoagulante. O tratamento da porta de entrada (na maioria dos casos, a micose) também deve ser feita de maneira efetiva para prevenir recidivas. Além disso, é recomendável o repouso no leito e hidratação adequada. A maioria dos casos responde bem ao tratamento domiciliar, ficando reservada a internação hospitalar para os casos mais graves ou com resposta insatisfatória ao tratamento inicial.